Ensino da história e cultura afro-brasileira discutido em Moreno

No ano de 2003, a Lei nº 10.639 tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio. Quinze anos se passaram, mas o trabalho de quem luta pela implementação da Lei continua. Na manhã desta quarta-feira (17.10), na antiga Escola João de Deus, a Prefeitura do Moreno trouxe duas especialistas para tratar do assunto com profissionais, oficineiros e mediadores do Projeto Mais Educação.

Segundo a assessora Técnica da Política de Igualdade Racial e LGBT da Prefeitura do Moreno, Suély Silva, a ideia é expandir a formação também para todos os professores da Rede Municipal de Ensino. “A lei é de 2003, mas ainda é preciso efetivar, sensibilizar e motivar esses profissionais. Reconhecendo a nossa descendência, desmistificamos muitos preconceitos, discriminação e racismo”, explicou Suély.

A especialista Maria da Conceição da Silva, coordena a área de Educação de Jovens e Adultos na Prefeitura de Olinda. Ao trabalhar com os educadores morenenses, ela falou sobre a importância do cumprimento da Lei. “Nesses 15 anos a semente está sendo plantada nos municípios. A dificuldade se dá porque foi muito forte e doloroso o processo da escravidão. A maioria da população é negra e nós só vamos compreender a importância, tendo o reconhecimento”, explicou a professora.

Quem também esteve em Moreno no trabalho com os profissionais do Mais Educação para efetivação da Lei 10639 foi a professora Renata Lopes, da Diretoria de Políticas e Programas da Secretaria de Educação de Olinda. Segundo ela, o trabalho de conscientização precisa ser fortalecido a cada dia para que a Lei funcione. “A gente trouxe uma abordagem da relação étnico-racial, de como fazer esse trabalho dentro da sala de aula e o público de Moreno foi muito receptivo” disse Renata.

Texto: Hamilton Rocha

Foto: Ohana Chagas